Economia
Governo constrói estádios e trem-bala e não perdoa dÃvida do cacau, diz deputado
“O governo pode fazer estádios bilionários, perdoar R$ 1 bilhão em dívidas de países africanos, construir trem-bala, mas não pode perdoar as dívidas que os cacauicultores foram induzidos a contrair? A Frente Parlamentar em Defesa da Lavoura Cacaueira irá ‘forçar a barra’ junto aos 39 deputados da bancada baiana, à Comissão de Agricultura, ao governador Jaques Wagner e ao ministro da Agricultura para resolver os problemas dos produtores. Caso contrário, vamos obstruir votações no Congresso e prejudicar o governo. Se mesmo assim não adiantar, quero participar, como cidadão e cacauicultor, dos protestos que iremos organizar na região”.
Foi o que afirmou o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Lavoura Cacaueira, deputado federal Félix Mendonça Júnior, durante as audiências públicas realizadas em Itabuna e Ubatã sobre o Preço Mínimo do Cacau.
As atividades, realizadas em parceria com a Câmara Municipal de Itabuna e a Prefeitura de Ubatã, contaram com palestras do superintendente da CEPLAC, Juvenal Maynard; do economista da CEPLAC, Antônio César Zugaib; do procurador do Ministério Público do Trabalho na Bahia, Alberto Balazeiro; do auditor fiscal do Trabalho, Eferson Gomes; do presidente da Associação dos Produtores de Cacau, Guilherme Galvão e do diretor do Instituto Pensar Cacau, Dílson Araújo.
Estiveram presentes a prefeita de Ubatã, Siméia Queiroz, o vice-prefeito de Ubatã, Wesley Faustino, o vice-prefeito de Itabuna, Wenceslau Júnior, os deputados estaduais Augusto Castro e Pedro Tavares, o presidente da Câmara de Ubatã, Nino Maragon, o vereador Glebão Carvalho de Itabuna, assentados, agricultores familiares, prefeitos, ex-prefeitos e inúmeras lideranças da região.
Preço Mínimo – Em sua palestra sobre a cotação do Preço Mínimo do Cacau, orçado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em R$ 75,00, o técnico da CEPLAC, Antônio Zugaib, disse que os estudos que ele coordenou orientaram um preço mínimo em torno de R$ 83.
Félix Júnior, por sua vez, apresentou um estudo da CONAB realizado em 2011, que defende um preço mínimo de R$ 75,00 para o cacau colhido de maneira extrativista na região amazônica e lamentou o fato da superintendente regional do órgão, Rose Pondé, ter cancelado sua participação poucas horas antes da audiência em Itabuna, justificada por motivo de saúde.
“Lamentamos a ausência da superintendente da CONAB, doutora Rose Pondé, informada poucas horas antes do início da audiência em Itabuna. Esperamos que ela tenha melhoras em sua saúde e que, nas próximas audiências, possa trazer boas notícias para a saúde da lavoura cacaueira”, brincou.
Pelo Facebook, o representante da Associação AGIR e produtor do documentário 'O Nó', Dorcas Guimarães, classificou de “muito especial” a audiência de Ubatã. “Ali estavam as verdadeiras representações do cacau na mais pura origem. Todos, inclusive assentados e agricultura familiar. A frequência é a mesma entre todos. Não saiu ninguém do auditório super lotado.O "Coro do cacau” parece afinado”, disse Dorcas, que entregou uma cópia d'O Nó à prefeita Siméia Queiroz.
A próxima audiência pública sobre o Preço Mínimo do Cacau acontecerá no município de Presidente Tancredo Neves, em data a ser divulgada após a confirmação dos palestrantes.